- "MEMÓRIA NÃO SE REMOVE" -

Saiba mais sobre nossas ações e estratégias de atuação:

SOBRE

O Museu das Remoções quer ser mais um instrumento de resistência e luta, com alcance nacional, em comunidades que sofrem ou já sofreram com processos de remoções e práticas especulatórias. Nosso objetivo é lutar contra as políticas de remoções, suas ações arbitrárias e consequentes apagamentos de memória.

O Museu das Remoções é um museu de território, que nasceu e se desenvolve na Vila Autódromo, uma comunidade localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, às margens da lagoa de Jacarepaguá e ao lado do antigo Autódromo de Jacarepaguá, ao qual deu origem ao seu nome.

A Vila Autódromo teve sua formação na década de 60, como uma colônia de pescadores que se estabeleceu e desenvolveu às margens da Lagoa de Jacarepaguá. Ali, pescadores viviam com suas famílias e sobreviviam da pesca. Com o passar dos anos e com as obras de construção e desenvolvimento da região, a comunidade foi crescendo. Houve também dois reassentamentos feitos aqui, pela Secretaria de Habitação: um de moradores da favela Cardoso Fontes, quando esta foi removida, e outro de alguns moradores da Cidade de Deus, em um período em que parte dela foi removida.

Naquela época, essa região era um grande charco. Aos poucos, porém, a Barra da Tijuca foi se desenvolvendo e surgiram os grandes empreendimentos, iniciando assim o processo de especulação imobiliária na região e, como de costume, na história de nossa cidade – estando a região construída e valorizada, a população pobre é removida. 

Por cerca de trinta anos, a Vila Autódromo sofreu com a ameaça de remoção, com pressões para forçar a saída da comunidade. Resistimos e reexistimos por todos esses anos! 

Em 2016, a cidade do Rio de Janeiro sediou os Jogos Olímpicos e este foi o motivo pelo qual justificaram a remoção de cerca de 77.206 pessoas, entre 2009 e 2015, conforme dados apresentados pela Prefeitura do Rio de Janeiro, em julho de 2015. Até a realização dos Jogos Olímpicos, esse número aumentou. Projetos de reformas urbanas e construções espetaculares assolaram a cidade e justificaram a remoção de todas essas pessoas. Na Vila Autódromo, centenas de famílias foram removidas em um período de dois anos e meio. Apenas vinte famílias conseguiram permanecer no território. 

Durante o período de resistência, através de ações coletivas de moradores e apoiadores, dos escombros da remoção nasceu o Museu das Remoções, criado com dois ideais principais: preservar a memória destas pessoas removidas, assim como suas histórias; e servir como instrumento de luta, não apenas por nós, mas por todos que passem pela ameaça de remoção, compreendendo que a memória é o maior instrumento nesta luta de resistência. Na preservação desta memória, permanece a consciência de nossa história e também dos nossos direitos.

O Museu das Remoções, além de ser um instrumento de luta, tem como objetivo promover eventos no âmbito da resistência artística, utilizar essa potente arma transformadora que é a arte para difundir, propagar e levar à reflexão situações reais de opressão, através de debates, oficinas, teatro, exposições, palestras, pesquisas e outros projetos e eventos que ajudem a fomentar o pensamento crítico em relação à especulação imobiliária, as remoções como estratégias políticas e os estigmas associados a favela e seus moradores.

 

 

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