O MUSEU DAS REMOÇÕES

 

O Museu das Remoções é um museu de território, que nasceu e se desenvolve na Vila Autódromo, uma comunidade localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O museólogo Thainã Medeiros foi responsável por identificar a Museologia Social como a base ideológica do que estava sendo colocado em prática no dia a dia de resistência para a permanência da Vila Autódromo. A criação do Museu das Remoções foi uma das estratégias para que a população permanecesse no local e ocorreu a partir do projeto de intervenção urbanística participativo no âmbito da extensão universitária do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Anhanguera (Campus Niterói).  

As intervenções espaciais no âmbito da extensão universitária foram coordenadas pela professora de Arquitetura e Urbanismo Diana Bogado, cujas estratégias foram desenhadas de forma participativa pelos moradores da Vila e vários ativistas apoiadores da permanência da comunidade, como Luiza de Andrade, Thainã de Medeiros, Alexandre Magalhães e Mário de Souza Chagas.  

Desde que o Museu das Remoções surgiu, junto com ele, emergiram também as manifestações artísticas como forma de resistência, luta e poeticidade. Pois, num momento de total destruição, com os moradores sobrevivendo num ambiente hostil, sob a pressão constante da remoção a qualquer momento, somente o apoio de amigos e da arte para confortar e dar ânimo para continuar numa luta tão desigual. 

Fundado em 18 de maio de 2016 (Dia Internacional dos Museus), o Museu das Remoções apresenta dois ideais principais: 1) preservar a memória destas pessoas removidas, assim como suas histórias; e 2) servir como instrumento de luta, não apenas por nós, mas por todos que passem pela ameaça de remoção, compreendendo que a memória é o maior instrumento nesta luta de resistência.

Sobre a construção do Museu das Remoções

A construção do Museu das Remoções contou com a participação de alunos da graduação de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Anhanguera, sob a coordenação da professora, arquiteta e urbanista Diana Bogado. Entre abril e maio de 2016, os estudantes construíram sete esculturas feitas a partir de escombros. Cada peça representava um lugar significativo que havia passado por remoção. A escolha foi feita a partir de oficinas de memória realizadas com moradores, ex-moradores e apoiadores da Vila Autódromo. Desses encontros, também foram produzidos mapas afetivos da comunidade.

Acesse o nosso Youtube por aqui e assista a playlist de vídeos produzidos para a inauguração do museu.

Em 2018, com a inauguração do percurso expositivo, a oralidade foi reforçada como um dos pilares do Museu das Remoções. A partir dos pontos do percurso expositivo, durante as visitas mediadas pelos moradores da Vila Autódromo que atuam no Museu das Remoções, os visitantes podem acessar uma narrativa em primeira pessoa sobre os impactos das remoções.

Ao longo dos anos de existência do Museu das Remoções, suas atividades tornam-se cada vez mais solidificadas e caminham para uma frente de atuação ampla contra as remoções, que envolve outras comunidades além da Vila Autódromo.

Durante a pandemia da Covid-19, o Museu das Remoções retomou uma uma agenda de lives em suas redes sociais intensificando o diálogo com outras comunidades ameaçadas de remoção.

Moradores da Vila Autódromo e colaboradores externos representam o Museu das Remoções em espaços de debates e ações sobre políticas públicas, Direito à Cidade, garantia do direito à moradia digna, Museologia Social, Direitos Humanos e outras pautas ligadas a um projeto de cidade e sociedade equânimes e justas.

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